Para melhorar vida de cães de rua deficientes, estudante inventa cadeira de rodas especial
Por Gabriel Pietro em NotíciasO estudante universitário Lucas Donaduzzi, de 29 anos, residente de Pato Branco (PR) é um entusiasta da causa animal desde a infância.
Atualmente, ele já mantém em casa 15 cachorros adotados.
Inspirado por uma cachorrinha recém-adotada, Lucas resolveu dedicar o tema do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), a inventar uma cadeira de rodas de fácil acesso, leve e adaptável para cães com deficiência.
“Meu objetivo nunca foi o de vender a cadeira, mas poder criar e ensinar outras pessoas a fazer o mesmo. Quero uma melhor qualidade de vida para esses cães.”
O universitário adotou uma chow chow que havia sido abandonada no início do ano. Ela perdeu a capacidade de locomoção das patas traseiras após um atropelamento. Para permitir seu ir e vir, Lucas comprou uma cadeira de rodas tradicional para ele.
Infelizmente, muito debilitada por conta do acidente, ela acabou morrendo seis meses depois.
Apesar da perda, Lucas não perdeu a inspiração e o espírito altruísta de ajuda ao próximo.
Desde então, visando ajudar outros cães, Lucas desenvolveu um protótipo próprio de uma cadeira de rodas para cães enquanto cursa o último ano de engenharia mecânica, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
Faísca, um vira-lata que o universitária adotou, foi o primeiro a experimentar sua criação. Apesar de sobreviver a uma picada de aranha marrom, o cachorrinho ficou com uma ferida aberta no local, como consequência, perdeu o movimento nas patas traseiras.
“O Faísca tem saúde. Ele queria brincar com os outros cachorros, mas ficava limitado. Quando vi ele brincando com a cadeira, fiquei bem feliz”, contou.
Foram oito meses de desenvolvimento, segundo o engenheiro, e cinco protótipos até o resultado final.
Os principais materiais são bambu, linha de nylon e rodas de plástico, totalizando um custo de R$ 150. O estudante explica que a escolha do bambu é motivada pelo material ser renovável e tropical.
“Se preocupar com eles é um negócio que vem do coração, a gente sente que tem que ajudar os bichinhos”, disse.
O engenheiro pretende criar novas versões melhoradas do protótipo em 2020, para sua pós-graduação.
“O problema dos cães é começar o movimento, se tiver um sistema que ajuda a impulsionar o primeiro movimento isso facilitará a locomoção. Quero implantar um sistema com assistência elétrica”, explicou.
Seu objetivo é montar um manual de instruções para as cadeiras de rodas de bambu.
Durante a pós-graduação, ele pretende melhorar o antigo manual e a didática de ensino, pois o último não era facilmente compreensível.
“Quero que todos, leigos e aqueles que não têm condição de comprar, possam ler o manual e consigam montar a cadeira para ajudar um cachorro”, destacou.
Para o amante dos animais, o potencial dessa invenção é ilimitado. Não é possível mensurar quantos animais debilitados poderão ser ajudados.
A melhor parte é poder ajudá-los é ver a gratificação em seus rostos. “Principalmente os que estão mais debilitados na rua, eles têm um brilho no olhar. Ele quer te agradar todo dia, quer retribuir e até parece que te diz o quanto está feliz.”
Fonte: G1Compartilhe o post com seus amigos!
Gabriel Pietro têm 20 anos, é redator e freelancer. Fundou o Projeto Acervo Ciência em 2016, com o objetivo de levar astronomia, filosofia e ciência em geral ao público. Em dois anos, o projeto alcançou milhões de internautas e acumulou 400 mil seguidores no Facebook. Como redator, escreveu para vários sites, como o Sociologia Líquida e o Segredos do Mundo. Ainda não sabe se é de humanas ou exatas, Marvel ou DC, liberal ou social-democrata. Ama cinema, política, ciência, economia e música (indie). Ainda tentando descobrir seu lugar no mundo.