Depois de 4 anos achando que era amada, gata é devolvida e motivo entristece protetora
Por Larissa Soares em Proteção AnimalHá pouco mais de quatro anos, a gatinha Ding encontrou o que parecia ser seu “felizes para sempre”.
Resgatada pela ONG Crazy Cat Gang de Curitiba, no Paraná, Ding era uma felina amorosa e tranquila, que logo conquistou o coração de um adotante.
Para a ONG, era o final feliz de uma história de resgate e o começo de uma nova vida para Ding, repleta de amor e segurança.
No entanto, essa história tomou um rumo inesperado e doloroso.
Recentemente, o ex-tutor de Ding entrou em contato com a ONG para comunicar que não havia mais espaçopara ela em sua vida.
Em entrevista ao Amo Meu Pet, uma das protetoras da ONG revelou que o ex-tutor estava se mudando para um novo imóvel e demonstrou preocupações com a segurança daquele local.
No início, as voluntárias tentaram compreender a situação. Mas então elas descobriram a verdade.
“Ele iria morar com a namorada, que tinha um cachorro, e simplesmente não havia interesse em adaptar a casa", conta a protetora.
Ding foi devolvida após algumas semanas e chegou ao lar temporário em um estado que partiu o coração dos voluntários: assustada e suja, sem entender o que estava acontecendo.
“A devolução é um evento traumático para qualquer gatinho, mas ainda mais depois de quatro anos em que ela acreditou ter sido amada, que acreditou fazer parte de uma família, de estar segura e tranquila para sempre”, lamentou a ONG em uma publicação.
Devoluções são inevitáveis, mas nem sempre justificáveis
Existem algumas situações extremas em que a devolução acaba sendo o melhor caminho.
“É muito melhor [devolver à ONG] do que a pessoa doar o gatinho por conta e não ter critérios ou não saber avaliar a segurança e doar para um lar inadequado”, explica.
O ideal, obviamente, seria que nenhum animal fosse devolvido. Entretanto, a ONG compreende que devoluções às vezes são inevitáveis, como em casos de doença.
“Em uma situação delicada não cabe a nós julgar. Receber o gato e arrumar uma casa para ele, esse é o nosso objetivo”, disse.
Entretanto, algumas situações, como o caso de Ding, são especialmente frustrantes.
Antes de adotar, as pessoas precisam atender aos critérios da ONG e passar por uma série de entrevistas. Ao final do processo, é feito um termo de adoção.
Ainda assim, há pessoas que firmam o compromisso e, de repente, decidem que não querem mais o animal.
"Esses processos de devolução são os que mais nos entristecem, porque fazemos todo o esforço para garantir que o gatinho encontre uma casa incrível", desabafa.
A ONG sempre deixa claro aos adotantes que se dispõe a ajudar, como, por exemplo, na adaptação de um novo ambiente.
"A gente se disponibiliza para conversar, para avaliar fotos do local e recomendar adaptações que tornem o ambiente seguro”.
A voluntária também aproveitou para reforçar as recomendações dadas aos adotantes:
“Se você tem qualquer problema para manter o seu gatinho, seja financeiro, seja uma mudança, seja um problema de adaptação, fale com a gente. Temos inúmeras ferramentas para ajudar, parcerias com comportamentalistas e informações para tornar o processo mais fácil”.
Mas, infelizmente, algumas pessoas decidem entrar em contato apenas quando já estão saturadas e não querem mais o animal.
A responsabilidade de cuidar de um animal deve ser levada a sério, e devolvê-lo deve ser a última opção, e não um alívio de problemas.
Existem casos e casos. Mas, para a ONG, a situação se resume em uma questão de bom senso.
“Uma conclusão que a gente sabe há muito tempo na ONG: se o adotante não tem bom senso, não há cartilha informativa que ajude.”
O impacto da devolução
“No momento em que a pessoa decide dar entrada em um processo de devolução ela tem que levar em consideração que a ONG não está prevendo”, explica a voluntária.
A ONG precisa de tempo para se planejar e encontrar um lar temporário para o animal, o que demanda logística.
A saúde do gatinho também precisa ser verificada, o que gera custos com exames. Isso sem contar todo o estresse e trauma causado no gatinho.
Ding, agora, está recebendo os cuidados necessários no lar temporário, enquanto a ONG busca uma nova família para ela - uma que possa oferecer o amor e a segurança que ela tanto merece.
Como ajudar
Você pode ajudar o abrigo doando qualquer valor para o PIX: ccgcwb@gmail.com
Outras formas de ajudar você encontra no perfil do Instagram @crazycatgang.
Veja também este vídeo:
Motorista avista pequeno ponto se mexendo no asfalto e resolve se aproximar
Redatora.