Logomarca Amo Meu Pet

Câmera de santuário flagra rostinho que não era visto há mais de 10 anos

Por
em Mundo Animal

Um recente avistamento nas florestas de Mulga, nos arredores de Queensland, trouxe alegria e esperança à comunidade de conservacionistas.

Uma câmera escondida instalada no Santuário de Vida Selvagem Bowra da Australian Wildlife Conservancy (AWC) registrou a imagem de alguém que não aparecia há muito tempo.

A câmera capturou um gambá-de-cauda-de-escova (Trichosurus vulpecula), marcando a primeira aparição confirmada da espécie no santuário em mais de dez anos.

A Dra. Helena Stokes, ecologista da AWC, descreveu a descoberta como um momento de surpresa e alegria em uma nota à imprensa.

“Na verdade, dei uma olhada dupla nas imagens”, comentou Stokes. “Os administradores do santuário encontraram fezes que suspeitávamos ser de um gambá semanas antes, mas ver as fotos foi uma confirmação incrível”.

O avistamento indica que os esforços de conservação no santuário estão dando resultados.

Nos últimos anos, os administradores do Bowra Sanctuary, Mark e Tess McLaren, têm trabalhado arduamente para remover predadores selvagens, como gatos e raposas.

Além disso, controlar herbívoros invasivos, como as cabras, que comprometem a vegetação nativa.

Essas ações têm sido cruciais para criar um ambiente mais favorável à sobrevivência de espécies nativas.

“Por meio dessas medidas, esperamos manter um habitat adequado em Bowra e encorajar mais gambás-de-cauda-de-escova a retornar e permanecer por aqui”, explicou Stokes.

O Gambá-de-Cauda-de-Escova

O gambá-de-cauda-de-escova é um dos marsupiais mais conhecidos da Austrália, amplamente distribuído em ambientes urbanos e suburbanos.

No entanto, suas populações em regiões semiáridas, como o sudoeste de Queensland, são raras devido à predação por gatos selvagens e raposas, bem como às mudanças climáticas e à perda de habitat.

Esses marsupiais são conhecidos por sua cauda preênsil, que pode atingir até 40 cm de comprimento, e seu pelo cinza-prateado.

Eles são noturnos e se alimentam de uma dieta variada que inclui folhas, brotos, flores, sementes e até pequenos insetos.

Apesar de sua abundância em áreas urbanas, eles enfrentam desafios crescentes em regiões mais secas devido à perda de cavidades de árvores — locais cruciais para abrigo e criação de filhotes.

Desafios e esforços de reintrodução

A AWC tem liderado iniciativas significativas para proteger e reintroduzir populações de gambás-de-cauda-de-escova em regiões onde estavam extintos.

Em 2024, 20 indivíduos foram transportados para o Newhaven Wildlife Sanctuary na Austrália Central, marcando um importante passo na restauração da espécie na região.

A organização também implementa estratégias de manejo do fogo e controle de predadores selvagens em vários santuários, incluindo a utilização de cercas livres de predadores e a translocação de indivíduos para áreas seguras.

A aparição do gambá em Bowra Sanctuary é a prova de que os esforços de conservação estão fazendo a diferença.

Embora muito trabalho ainda precise ser feito, os cientistas estão esperançosos de que mais indivíduos sejam avistados em breve.

“Será interessante ver se coletamos mais registros no próximo ano”, disse Stokes. “Continuaremos com os esforços de gerenciamento para garantir que o santuário seja um lar seguro para essa e outras espécies nativas.”

Redatora.