'Ele tá vivo': Moradores se aproximam de tronco boiando no rio e descobrem filhote fofo precisando de ajuda

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em Proteção Animal

Recentemente, um passeio de barco pelo Rio Coahoeri, em Oriximiná, no Pará, virou um emocionante resgate de um filhote de peixe-boi-da-Amazônia.

Enquanto moradores navegavam pelo rio, um tronco escuro flutuando chamou a atenção dos barqueiros.

Ao se aproximarem, perceberam que aquele suposto "pedaço de pau" era, na verdade, um pequeno peixe-boi precisando urgentemente de ajuda.

"Está vivo!", gritou uma das passageiras, surpresa com o que estava vendo. O vídeo com essa cena rapidamente viralizou nas redes sociais, mostrando o momento exato do resgate.

O filhote estava exausto e sozinho, sem a presença da mãe por perto. A equipe, mesmo atrapalhada pela situação inesperada, não hesitou em socorrer o animal.

Rapidamente deram água para o bebê peixe-boi se hidratar e se recuperar.

Veja o vídeo emocionante do resgate:

Assista também ao filhote recebendo alimentação após ser resgatado:

Após o salvamento, o filhote foi entregue à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA) de Oriximiná, que ficou responsável pelos primeiros cuidados com o animalzinho.

Foi constatado que se tratava de uma fêmea com apenas 40 dias de vida, pesando 16 kg e medindo 104 cm.

Como Oriximiná não dispõe de estrutura adequada para cuidar da espécie, após uma semana sob cuidados locais, a pequena peixe-boi foi transferida para Manaus (AM).

Na capital amazonense, o animal ficará sob a proteção do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), instituição renomada na recuperação e proteção desses animais.

Após um período de reabilitação e crescimento, a jovem peixe-boi poderá voltar ao seu habitat natural na Amazônia.

O peixe-boi-da-Amazônia

Os peixes-bois-da-Amazônia são mamíferos aquáticos fascinantes e exclusivos das águas doces da bacia amazônica.

São os menores entre as quatro espécies de peixe-boi existentes no mundo, mas ainda assim podem atingir até 2,5 metros de comprimento e pesar cerca de 300 kg.

Apesar de seu tamanho impressionante, esses gigantes são herbívoros pacíficos, alimentando-se de algas e plantas aquáticas.

De acordo com o WWF-Brasil, o ciclo de vida desses animais é tão delicado quanto sua natureza.

Cada fêmea gera apenas um filhote por vez, após uma longa gestação de 13 meses.

Após o nascimento, o filhote permanece sob os cuidados da mãe por cerca de dois anos, período em que aprende a nadar, a respirar e a se alimentar.

Esse longo intervalo entre as gestações, aliado à caça predatória e à degradação do habitat, coloca a espécie em risco constante de extinção.

O filhote resgatado no Rio Coahoeri agora faz parte de um esforço maior para a conservação da espécie.

Segundo dados de abril de 2024, mais de 170 peixes-bois estavam sendo reabilitados em centros de resgate no Brasil e no Peru.

Esses esforços já resultaram na soltura bem-sucedida de quase 100 indivíduos na natureza, contribuindo para a recuperação das populações da espécie.

Esses mamíferos possuem características únicas que tornam seu cuidado ainda mais desafiador e fascinante.

Além de passarem metade do dia dormindo submersos, eles acumulam gordura durante a estação chuvosa, quando há maior disponibilidade de alimentos, para garantir energia nos períodos de seca.

Essa adaptação os ajuda a sobreviver em um ambiente de condições tão variáveis quanto a Amazônia.

Outra curiosidade é que, enquanto seus parentes marinhos podem viver tanto em água doce quanto salgada, o peixe-boi-da-Amazônia é estritamente de água doce.

Isso limita ainda mais sua capacidade de deslocamento e torna a conservação de seu habitat uma prioridade crucial.

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Redatora.