Cachorro 'misterioso' com jarra presa na cabeça era um animal raro que precisava de ajuda
Por Larissa Soares em Proteção Animal
No Condado de Pasco, Flórida, Estados Unidos, os moradores começaram a notar uma figura estranha vagando pela vizinhança.
A criatura, um suposto cachorro magro e com um pote preso na cabeça, despertou preocupação entre a comunidade, que passou a compartilhar alertas nas redes sociais.
Logo, a notícia chegou até Lea Elise Haverstock, fundadora da organização de resgate Maxx and Me Pet Rescue.
“Havia uma publicação dizendo que um 'cachorro' preto e magro estava solto com um pote de vidro na cabeça”, contou Haverstock ao The Dodo. “Eu vim para participar dessa busca.”
O que ninguém sabia era que esse animal misterioso não era um cachorro de rua comum, mas sim um coiote preto extremamente raro que precisava de ajuda urgente.

A busca pelo coiote
Haverstock e sua equipe iniciaram uma busca que durou oito horas. Durante esse tempo, eles rastrearam a floresta, esperando encontrar o animal.
Finalmente, o grupo conseguiu avistar o animal em um campo aberto e decidiram agir imediatamente.
Haverstock correu e segurou o coiote em seus braços enquanto outro socorrista removeu o pote preso em sua cabeça.
Agora livre, o animal correu de volta para a natureza, pronto para aproveitar uma refeição depois de tanto tempo em apuros.
Haverstock nunca se esquecerá da missão de resgate e do impacto que ela teve em sua visão sobre a importância da ajuda a qualquer animal necessitado.
“Não importa o animal que você vê que precisa de sua ajuda, nunca desista”, disse ela. “Lute por esse animal, não importa se isso é desconfortável [ou se] o coloca em uma posição em que você tem que tomar uma decisão difícil. Seja um guerreiro por animais indefesos, [seja] gentil, compassivo e corajoso.”
O que torna o coiote preto tão especial?
Os coiotes melanísticos, como esse que foi resgatado, são extremamente raros.
O Wolf Conservation Center explica que esses animais possuem uma coloração preta única que os destaca em meio às populações comuns de coiotes, que geralmente possuem tons acinzentados.

O melanismo ocorre devido a uma mutação genética que resulta na produção elevada de eumelanina, o pigmento responsável por tons escuros na pelagem dos mamíferos.
Segundo a National Deer Association, essa mutação surgiu há cerca de 12 mil anos em lobos cinzentos norte-americanos e só foi introduzida nos coiotes no século XX, através do cruzamento com lobos e cães.
Um estudo analisando populações de coiotes no sudeste dos EUA revelou que apenas cerca de 5,7% desses animais apresentavam a coloração preta.
Diferenças comportamentais e ambientais
Pesquisas indicam que coiotes melanísticos possuem algumas diferenças em relação aos seus parentes de pelagem mais clara.
Os coiotes pretos parecem preferir habitats mais densos e sombreados, como florestas de várzea e áreas de pântanos, enquanto os coiotes de pelagem cinza tendem a habitar campos abertos e áreas agrícolas.
Essa diferença de comportamento pode estar relacionada à sobrevivência, já que os animais pretos possuem uma taxa de sobrevivência anual mais alta (83%) em comparação aos coiotes de coloração normal (64%).
A pelagem escura pode ajudá-los a se camuflar melhor em ambientes sombreados, reduzindo a chance de serem caçados.
Outra hipótese levantada pelos pesquisadores é que o melanismo pode oferecer vantagens adicionais, como melhor termorregulação e resistência a raios ultravioleta. No entanto, ainda não há comprovações definitivas sobre esses benefícios.
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