Bióloga marinha encontra garrafa no fundo do oceano - e ela escondia um segredo adorável
Por Larissa Soares em Proteção Animal
Enquanto mergulhava nas águas cristalinas de Florida Keys (EUA) em busca de locais para instalar recifes artificiais, a bióloga marinha Hanna Koch teve uma surpresa incrível.
Ao avistar uma garrafa de vidro marrom abandonada no fundo do mar, sua primeira reação foi recolhê-la para descartar adequadamente o lixo.
Mas, ao inspecionar o interior da garrafa, ela se deparou com um olhar curioso – ou melhor, vários.
Dentro da garrafa, uma mãe polvo pigmeu havia encontrado um refúgio improvável para si e seus bebês.
“Havia algo me encarando”, disse Hanna ao The Dodo, surpresa com a descoberta. “Você podia ver os olhos deles, os tentáculos… eles estavam completamente formados.”
Percebendo que a garrafa era o lar daquela pequena família, Hanna entregou o objeto a um colega biólogo marinho, que cuidadosamente a devolveu ao fundo do mar.
O problema dos recifes de corais na Flórida
Embora seja fascinante ver a natureza se adaptando, a cena também reflete um problema maior: a degradação dos habitats naturais.
Polvos e outras criaturas marinhas estão cada vez mais recorrendo a entulhos humanos para encontrar abrigo, à medida que os recifes de corais desaparecem.
Os recifes de corais da Flórida, que deveriam servir como lares naturais para diversas espécies marinhas, estão enfrentando um colapso alarmante.
Segundo um estudo da Vox, os corais que formam a base do ecossistema marinho local não estão mais tendo bebês.
Esse fenômeno preocupa os cientistas, pois compromete a regeneração natural dos recifes e, consequentemente, a sobrevivência de inúmeras formas de vida marinha.
Normalmente, os corais se reproduzem uma vez por ano, liberando esperma e óvulos na água para formar novas colônias. No entanto, na Flórida, essa reprodução simplesmente parou.
A destruição em massa de colônias adultas devido a doenças, poluição, ondas de calor e furacões reduziu drasticamente a população de corais.
Além disso, mesmo os que ainda conseguem desovar frequentemente, não conseguem fertilizar os ovos, pois estão muito distantes uns dos outros.
Outro fator preocupante é a falta de espaço adequado para os filhotes de corais se fixarem.
O fundo do mar em grande parte da região está coberto de macroalgas, que cresceram descontroladamente devido à morte de animais herbívoros, como ouriços-do-mar.
Sem locais disponíveis para se estabelecerem, os novos corais simplesmente não conseguem se desenvolver.
Uma solução artificial para um problema natural
O projeto da Dra. Hanna, financiado pelo estado, busca justamente enfrentar esse desafio ao instalar recifes artificiais feitos de concreto para oferecer novos habitats para peixes, lagostas e outras espécies marinhas.
A ironia do momento não passou despercebida para a bióloga.
“Esse polvo encontrou um habitat artificial para chamar de lar”, disse Hanna. “Eu estava ali exatamente para criar um habitat melhor para ele — algo que ninguém pode pegar e jogar fora.”
Ainda que iniciativas como essa sejam essenciais para tentar reverter a crise dos recifes, a situação reforça a urgência de proteger os ecossistemas naturais.
Enquanto a recuperação completa dos recifes da Flórida parece cada vez mais incerta, cientistas trabalham para cultivar corais em laboratórios e, posteriormente, reintroduzi-los no oceano.
Apesar do sucesso dessas técnicas, elas evidenciam que a conservação marinha entrou em uma nova era, onde salvar os corais exige intervenções cada vez mais intensivas.
Saiba mais sobre o projeto da Dra. Hanna Koch clicando aqui.
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