De atropelado a astro da academia: Perninha, o cãozinho manco que virou mascote (e fiscal de treinos)
Por Ana Caroline Haubert em Aqueça o coração
Quem frequenta academia geralmente está preparado para encarar pesos, suar a camisa, seguir treinos intensos e, em alguns casos, ouvir broncas do personal.
Mas poucos esperam precisar lidar com um “fiscal de treino” de quatro patas, especialmente quando ele tem licença poética para fazer o que quiser.
Esse é Perninha, um vira-lata preto que conquistou as redes sociais ao virar o “terror oficial” — e, ao mesmo tempo, a alma da academia onde vive.
O perfil @perninhaedorinha2024 no TikTok mostra a rotina do cãozinho, que tem uma pata atrofiada após ter sido atropelado.

Abandonado sem qualquer socorro, Perninha vivia nas ruas ao lado da mãe, Dorinha — uma senhorinha de pelos grisalhos.
Durante um bom tempo, os dois foram considerados cães “comunitários”, acolhidos por comerciantes da região, entre eles donos de hamburgueria, sorveteria, loja de celular e um consórcio de bicicletas.
Mas foi na academia que tudo começou a mudar. Ali, Perninha e Dorinha encontraram mais do que abrigo em dias frios e chuvosos — encontraram família.
Aos poucos, os professores começaram a cuidar dos dois com mais frequência: deram vermífugo, levaram ao veterinário, investiram em banhos no pet shop e compraram roupinhas para o inverno.
Quando menos esperavam, os chamavam de “filhos”. O vínculo já estava criado.

E com essa convivência diária, Perninha assumiu seu papel: o de personagem oficial da academia, que agora tem espaço também para aulas de Muay Thai.
Com um crachá simbólico pendurado, ele circula entre os alunos como se fosse dono do lugar.
E, como todo bom personagem, precisa de um “rival”. É aí que entra John, aluno da academia, que aparece nos vídeos como o "oponente sem dó".
Em um dos vídeos mais assistidos, John brinca com Perninha puxando sua pata — o que dá início a um “combate” narrado em tom cômico, como se o próprio cachorro estivesse indignado.
“Você acha bonito isso, John? Pegar um manco pela pata?”, protesta a narração. E continua: “Eu faço Muay Thai desde que saí da barriga da minha mãe!”
As interações entre eles simulam lutas épicas: Perninha tentando aplicar golpes, John tentando “montar” no cão, e até a entrada de Dorinha, a mãe, em cenas de “defesa do filhote”.
“Agora vem pra dois! Dois contra um nem é errado assim, porque eu sou manco. Então é um e meio contra um!”, brinca o texto do vídeo, enquanto os internautas se divertem com a atuação improvisada.
Mas, por trás do humor, há algo ainda mais especial: a maneira leve e empática com que o vídeo aborda temas como inclusão, adoção de animais com deficiência e o poder transformador do cuidado.
Mesmo com limitações físicas, Perninha é ativo, carismático e essencial à rotina da academia. Ele não é tratado como exceção, mas como parte legítima da “equipe” — com direito a atenção, carinho e respeito.
Hoje, Perninha e Dorinha moram com os professores da academia, longe do frio da rua, dos perigos do asfalto e da indiferença.
Ganharam nomes, uma casa e uma nova história — construída dia após dia com afeto e, claro, boas doses de comédia.
Os vídeos, simples e espontâneos, viralizam porque são genuínos: falam de laços, de adaptação e do quanto é possível criar vínculos reais com nossos bichinhos.
E se você acha que a academia é só lugar de puxar ferro, talvez esteja na hora de rever seus conceitos.
Porque onde tem um “manco faixa preta” fiscalizando treinos, tem também um lembrete de que a empatia pode (e deve) habitar todos os espaços.
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Veja o vídeo:
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