Deputados mexicanos aprovam lei que proíbe cirurgias estéticas em orelhas ou rabo de animais
Por Gabriel Pietro em NotíciasParlamentares do estado mexicano de Tamaulipas, no nordeste do país, aprovaram um projeto de lei que proíbe expressamente cirurgias estéticas em orelhas (conchectomia) ou no rabo dos animais domésticos.
Quem descumprir a nova legislação estará sujeito ao pagamento de multas.
De acordo com os proponentes da lei, a mutilação geralmente ocorre porque há um desejo de tornar os animais ‘esteticamente mais atraentes’, o que é algo abusivo.
Os deputados lamentaram que ‘centenas de animais de estimação’ de diferentes classes e raças sejam vítimas desse procedimento todos os anos. A lei chega justamente para dar um basta nessa crueldade.
Quem promulgou a lei foi o Congresso de Tamaulipas, braço legislativo do estado mexicano que faz fronteira com o Texas.
Na versão aprovada, a extração de unhas e dentes dos animais de estimação feitas por não profissionais também foi proibida.
“É declarada viável a iniciativa que visa reformar a Lei de Proteção aos Animais do Estado, a fim de estabelecer que sejam proibidas as mutilações de animais, que tenham por objetivo modificar sua aparência ou atingir uma finalidade não médica”, disse o Congresso de Tamaulipas.
Como esperado, a legislação mexicana foi elogiada por milhões de apaixonados por animais de todo o planeta. “Fazer cirurgias estéticas nos animais em prol de uma beleza ou um padrão superficial é algo mesquinho demais, que não cabem no tempo em que vivemos. Essa lei merece ser apreciada e votada em todo o mundo”, resumiu um internauta.
Confira o post na íntegra:
O caso no Brasil
Em território nacional, o procedimento estético de cortar orelhas e rabo de animais de estimação foi proibida em 2008 pela resolução 877 do CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária), Artigo 7º, §1º.
Por que as pessoas cortam as orelhas dos cachorros?
Cortar as orelhas é uma mutilação forçada nada mais do que um ato egoísta de estética. Parte desses donos afirmam que orelhas "em pé" dão um visual mais "ameaçador" para um cão de guarda. Muitos dos cães vítimas desses procedimentos são pit bulls e dobermanns. Outros donos desinformados argumentam que orelhas caídas devem ser cortadas porque estão sujeitas a infecções. Mas isso não é verdade. Pesquisas mostram que o formato da orelha tem pouco efeito sobre o risco de um cão contrair uma infecção. Pelo menos 80% dos cães nunca contraem um. Curiosamente, embora os proprietários que cortam as orelhas frequentemente citem o risco de infecção como uma razão para fazê-lo, a infecção é na verdade um dos riscos da cirurgia. Logo, para o bem-estar do seu animal, não tome a decisão de cortar as suas orelhas a não ser que seja por orientações do médico veterinário.
Gabriel Pietro têm 20 anos, é redator e freelancer. Fundou o Projeto Acervo Ciência em 2016, com o objetivo de levar astronomia, filosofia e ciência em geral ao público. Em dois anos, o projeto alcançou milhões de internautas e acumulou 400 mil seguidores no Facebook. Como redator, escreveu para vários sites, como o Sociologia Líquida e o Segredos do Mundo. Ainda não sabe se é de humanas ou exatas, Marvel ou DC, liberal ou social-democrata. Ama cinema, política, ciência, economia e música (indie). Ainda tentando descobrir seu lugar no mundo.