Nos EUA, menina com deficiência conhece peru com mesma condição física em santuário para animais rejeitados
O santuário abriga 150 animais com condições especiais e é aberto a todos os públicos que buscam se conectar com os bichinhos.
Por Ana Caroline Haubert em NotíciasÀs vezes o que temos de mais diferente é o que temos de mais especial, e é exatamente isso que acontece com Harper Wulm, de 5 anos. A menina, que vive em Leander, Texas (EUA), nasceu com uma condição genética que faz com que uma de suas mãos seja desproporcionalmente pequena e com apenas quatro dedos.
A condição, que poderia lhe causar certo desconforto, se tornou o principal ponto de ligação com o Peru chamado Priscilla. Segundo The Washington Post, Harper, atualmente com 5 anos, passou a frequentar o santuário de animais especiais Safe in Austin com 2 anos e desde o início, entendeu a importância do seu vínculo com Priscilla.
O peru, assim como Harper, nasceu com uma condição física especial e possui uma das patas de tamanho menor.
“Foi uma grande coincidência”, disse Celine Wulms, a mãe de Harper. “Conhecer Priscilla foi um presente.”
O vínculo de Harper com Priscilla e os outros 150 animais com necessidades especiais que vivem no local só se fortaleceu com o passar dos anos. Jamie Wallace-Griner, fundadora do santuário criou o local com um único objetivo: acolher animais com histórico de abusos, negligência ou necessidades especiais.
Além de proporcionar qualidade de vida para esses bichinhos, Jamie permite que visitantes como Harper frequentem o local e vivam momentos especiais ao lado dos animais.
“Há algo absolutamente mágico em assistir uma criança com diferenças vir aqui e dizer: 'Eles são como eu'”, expressa Jamie. “Quando você vê Harper segurando a mão da sorte de Priscilla com sua própria mão da sorte, isso faz muito pelo seu coração.”
Esse, é apenas um dos muitos casos que a dona do local presenciou, já que é grande o número de visitantes.
“Temos animais que são cegos ou surdos, têm diabetes, paralisia cerebral, deformidades, membros faltando, espinhas quebradas... Todos se tornam parte da nossa família.”
Jamie sabe bem a importância que a interação entre pessoas com necessidades especiais e os animais têm. Ela é mãe de uma criança autista e acompanhou de perto a evolução do filho desde que ganhou a companhia de um cão de serviço, atualmente falecido. Desde então ela luta para que mais adultos e crianças tenham a mesma experiência.
O filho autista de Jamie Wallace-Griner, Jackson, então com 6 anos, com seu cão de serviço, Angel. Wallace-Griner disse que seu vínculo especial é o que a impulsionou a criar o santuário. (Safe in Austin)
“Se alguém enviar e-mail dizendo que está passando por momentos difíceis por qualquer motivo, nós os convidamos para um tour de cura de corações. Peço a eles um pequeno histórico sobre com o que estão lidando e decido a quais animais apresentá-los", explica Jamie.
Importância terapêutica da relação com os animais
Naturalmente, os animais de estimação aliviam o stress, evitam a solidão, promovem a interação social e podem melhorar o relacionamento dos seus donos. O benefício dessa relação pode ser ainda mais produtiva com crianças que possuem necessidades especiais.
Uma pesquisa realizada entre o Instituto Nacional de Saúde (NIH) e o Centro de Nutrição e Bem-Estar Animal WALTHAM™, da Mars Petcare, com pesquisadores das principais instituições acadêmicas dos Estados Unidos aponta pontos positivos causados pelo vínculo.
Confira alguns:
- Intervenção de atividade física para adolescentes com deficiência de desenvolvimento e seu cão de família (Megan MacDonald, Oregon State University);
- Mecanismo de ação subjacente a intervenções assistidas por animais para indivíduos com depressão, ansiedade e sintomas relacionados ao trauma (Alan Kazdin, Universidade de Yale);
- A segurança e a eficácia dos cães de serviço como uma intervenção complementar em veteranos com estresse pós-traumático e seus cônjuges (Maggie O'Haire, Universidade de Purdue);
- Ajuda no tratamento de jovens que sofreram maus-tratos (Brian Allen, Pennsylvania State University);
- Alivia sintomas de transtorno de ansiedade social em adolescentes (Megan Mueller, Tufts University).
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