Motorista da Uber acolhe cachorrinha de passageira ao descobrir que animal seria sacrificado

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Há algumas semanas, o motorista da Uber, Emerson Lima, do Rio de Janeiro (RJ), publicou uma história emocionante que aconteceu com ele enquanto trabalhava na hora do rush na Cidade Maravilhosa.

"Hoje trabalhando, devia ser minha sexta corrida, meu aplicativo tocou: uma corrida com destino a Pavuna, uma região de alto risco da cidade", escreveu Emerson. Pouco depois veio uma mensagem do solicitante: 'moço, você também leva cachorra? Ela é quietinha', ao que o motorista respondeu que sim.

Assim que recebeu a passageira, veio a surpresa: a cachorra que estava com ela era enorme!

"Iniciei a corrida e fomos embora. Logo a moça pediu pra parar o carro para sacar um dinheiro. Eu parei e ela foi, deixando a cachorra sozinha comigo... aí ferrou mesmo (kkk), ela pulava pra lá e pra cá sem parar", relembra o motorista. No entanto, nada demais aconteceu.

Assim que a cliente retornou, eles seguiram viagem. Emerson evitou perguntar porque ela estava indo à Pavuna. No meio do trajeto, a mulher ligou para uma pessoa e disse que estava "decidida disso e não voltaria atrás por nada"; pouco depois, também ligou para a irmã e disse para ela fazer o mesmo.

"Aí falando com a irmã, ela soltou que iria fazer uma eutanásia na cachorra, isso mesmo, gente, ia matar a cachorra com uma injeção. Porque? Ela levou a cachorra em um veterinário que disse que tinha uma suspeita de [uma doença muito grave] e que a cirurgia seria R$ 5 mil e os exames mais de R$ 1 mil e que não teria dinheiro pra fazer isso", relatou o motorista.

Amigos e conhecidos sugeriram à dona da cadela para fazer uma vaquinha virtual, mas ela não gostou muito da ideia. Enfim, ela estava certa de que iria sacrificá-la.

Após alguns minutos de tensão no carro, quando estava prestes a entrar em um túnel, Emerson perguntou à mulher se ele poderia ficar com a cachorrinha. A princípio relutante, ela topou entregar o animal para o motorista.

"Demos meia-volta para Copacabana, ela entregou o saco de ração e as vasilhas da cachorra [...], agradeci e fui embora. Ela nem se despediu", relatou Emerson.

Mais tarde, ele batizou a cadelinha de 'Vida'.

"Liguei logo pra um amigo que adora cachorro e pedi ajuda [...] para levá-la em uma clínica. Fizemos um ultrassom, que constatou um nódulo de 2 centímetros no ovário", explicou o motorista.

Uma cirurgia foi marcada para a próxima semana. De acordo com Emerson, os exames ficaram em R$ 120 e o procedimento cirúrgico R$ 600, valor muito abaixo do informado pela mulher que queria sacrificar Vida. É chocante pensar que a eutanásia custaria R$ 500, valor equivalente ao tratamento que salvará a vida da cachorrinha.

Emerson agora só deseja dar à Vida uma vida amorosa e tranquila que ela merece.

"Quando nos esforçamos [...] conseguimos mudar não só a realidade de pessoas mais também de animais; hoje eu vi mais uma vez que o que importa não é o que você mostra para os outros e sim o que tem no seu coração", concluiu o motorista.

Confira o post de Emerson:

O que fazer quando encontrar um animal abandonado?

Antes de mais nada, leve-o a uma clínica veterinário para verificar o estado de saúde dele e, de preferência, castrá-lo.

Procure uma loja ou pet shop para comprar ração e algum brinquedo para distraí-lo. É importantes deixar o cão ou gato em um ambiente confortável, limpo, onde ele possa brincar e descansar, como dentro de casa ou no quintal.

Se você não puder ficar com o pet, cuide dele até encontrar um lar temporário, como um abrigo, o centro de zoonoses ou mesmo a casa de um conhecido que se interessar em adotá-lo.

Gabriel Pietro têm 20 anos, é redator e freelancer. Fundou o Projeto Acervo Ciência em 2016, com o objetivo de levar astronomia, filosofia e ciência em geral ao público. Em dois anos, o projeto alcançou milhões de internautas e acumulou 400 mil seguidores no Facebook. Como redator, escreveu para vários sites, como o Sociologia Líquida e o Segredos do Mundo. Ainda não sabe se é de humanas ou exatas, Marvel ou DC, liberal ou social-democrata. Ama cinema, política, ciência, economia e música (indie). Ainda tentando descobrir seu lugar no mundo.