Desabafo emocionante de Luisa Mell sobre seus problemas de saúde causa comoção nas redes sociais

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Em comovente carta aberta postada em seu Facebook no início do mês de dezembro, Luisa Mell abriu o jogo sobre como estava se sentido e o quanto sua saúde estava debilitada.

A ativista, que já resgatou milhares de animais ao longo dos anos, poupando-os do sofrimento, relatou suas diversas crises de ansiedade recentes e como, apesar de já ter sido alertada sobre, não deu importância a gravidade da situação.

“Apesar de estressante, eu sempre amei meu trabalho. E toda a angústia dos resgates eram recompensados nos meus eventos de adoção”, contou ela.

Desabafando também sobre o difícil ano de 2020, onde os abrigos que gerencia não tiveram quase nenhuma adoção, ela pede, encarecidamente, por doações.

Leia na íntegra abaixo:

"Noites seguidas tive o mesmo sonho. Eu senti falta de ar, tentava pedir ajuda mas não saia mais som da minha voz. As pessoas não me ouviam mais. Eu tentava falar, mudavam as pessoas, os lugares, mas era a mesma dificuldade. Na vida real, virtual.... até dentro do hospital ninguém me trazia o respirador e eu sufocava até morrer.

Eu sempre achei que crises de ansiedade eram bobagem. Apesar dos alertas frequentes do meu médico, eu sempre dizia que eu não tinha tempo para me preocupar com isso. Meus problemas eram reais, pensava eu. E não tinha tempo para estes assuntos. Tinha vidas para salvar.

E centenas para sustentar. Eu não sei como você aguenta viver assim. Nunca vi exames assim. Vc tem nível de estresse de um infartado, de alguém com crise de pânico. Repetia Dr. Eric em toda consulta.

Mas eu nunca dei muita bola. Apesar de estressante, eu sempre amei meu trabalho.

E toda a angústia dos resgates eram recompensados nos meus eventos de adoção. Mudar destinos, vidas. Ver o encontro de almas que acontece em muitas adoções. Escutar as palavras e histórias dos adotantes, saber que inspiro tanto as pessoas a tratarem melhor os animais era minha alegria de vida. E claro, poder resgatar mais e mais. Eu tinha tristeza em ver os pedidos de resgate, mas confesso que logo me enchia de amor e gratidão por poder ser a diferença. Nada me conecta mais com Deus do que tirar alguém do sofrimento extremo.

Mas essa semana, os Dr. Guilherme e Dr. Gustavo me chamaram para conversar, aí eu percebi e me assustei de verdade.

Isso no olho foi de nervoso. Você tá na idade de ter um infarto fulminante..

Enquanto ele falava eu relembrava de outros 2 médicos, DR. Eroc e Pacileu, me dizendo algo similar nas últimas consultas... Só dieta saudável não vai ajudar com este nível de stress....

Foi quando eu me dei conta.

A angústia, meu nervosismo, minha vertigem, falta de ar, falta de fome, minha doença auto imune, corpo está gritando por ajuda.

e eu não estava percebendo.

Eu realmente achava vergonhoso alguém que não perdeu um ente querido e é privilegiada do jeito que sou, falar de sofrimento neste momento. Onde mais de 180 mil famílias choram por seus entes queridos, onde muita gente não tem o que comer, onde crianças são mortas a tiros

Mas eu não posso ignorar a minha dor e meus problemas. E eu preciso de ajuda. Eu não consigo seguir sozinha. Eu não sou anjo, nem heroína. Sou só uma mulher que tenho dois abrigos lotados de cães e gatos e mais um com cavalos, galos, ovelhas.

Sem eventos, não doamos quase nada este ano. Sem espaço, sem resgates e com dificuldade nas doações.

Os animais continuam existindo. Nossos funcionários continuam trabalhando. Temos dezenas de cachorrinhos velhinhos que tomam medicação diária.

Os custos são altíssimos e eu estou apavorada. Sempre achei que podia resolver tudo. Mas meu corpo tá gritando que não consegue.

No meu sonho eu não pedia ajuda no começo e depois sufocava tanto que mesmo quando eu conseguia ligar o celular para fazer o pedido de ajuda eu não conseguia mais falar. E assim sufocava até o fim.

Um rabino que gosto muito me disse que os sonhos tem várias razões e mensagens. E quando sonhamos com algo ruim podemos contar para uma pessoa que deve dizer que isto não vai acontecer, ela pode cancelar até um mau decreto.

Por isso vim aqui pedir ajuda de todas as maneiras. Abrindo meu coração, talvez eu impeça que ele pife. Expondo minha dificuldade e superlotação talvez eu consiga adoções e doações....”

O texto comoveu dezenas de milhares de internautas nas redes sociais.

Mais de 30 mil pessoas deixaram mensagens de condolências e forças para que a ativista siga seu importante trabalho neste ano que se inicia.

Gabriel Pietro têm 20 anos, é redator e freelancer. Fundou o Projeto Acervo Ciência em 2016, com o objetivo de levar astronomia, filosofia e ciência em geral ao público. Em dois anos, o projeto alcançou milhões de internautas e acumulou 400 mil seguidores no Facebook. Como redator, escreveu para vários sites, como o Sociologia Líquida e o Segredos do Mundo. Ainda não sabe se é de humanas ou exatas, Marvel ou DC, liberal ou social-democrata. Ama cinema, política, ciência, economia e música (indie). Ainda tentando descobrir seu lugar no mundo.